Lusitânia é a designação de uma das três províncias romanas da Península Ibérica. Os antepassados dos lusitanos compunham um mosaico de diferentes tribos que habitaram Portugal desde o Neolítico. Miscigenaram-se parcialmente com os invasores celtas, dando origem aos lusitanos. Não se sabe ao certo a origem destas tribos celtas, mas é muito provável que fossem oriundas dos Alpes suíços e teriam migrado devido ao clima mais quente na península Ibérica. Entre as numerosas tribos que habitavam a península Ibérica quando chegaram os romanos, encontrava-se, na parte ocidental, a dos lusitani, considerada por alguns autores a maior das tribos ibéricas, com a qual durante muitos anos lutaram os romanos.
Supõe-se
que a zona do centro de Portugal era habitada pelos Lusis ou Lysis que teriam dado origem aos Lusitanos.
Os Lusis eram provavelmente povos do Bronze Final,
linguística e culturalmente de origem indo-europeia e pré-céltica que numa
época posterior vieram a sofrer influências hallstáticas e mediterrânicas, isto
ao longo dos séculos VIII e VII
a.C. Os Lusis foram chamados de pernix, que significa ágil, rápido e
é o adjectivo que se aplicava ao praticante de jogos de destreza física.
A sociedade lusitana essencialmente guerreira
denotava a presença de uma hierarquia social em que o guerreiro ocupava uma
importante posição. Era uma sociedade aristocrática, na qual a maior parte da riqueza estava nas
mãos de um grupo reduzido de pessoas. A presença de jóias e de armas nos
túmulos indica a presença de uma elite guerreira.
A organização da família lusitana revela uma
estrutura gentílica da sua sociedade, era referida nas fontes epigráficas com a designação degentes ou gentiliates.
Os lusitanos encontravam-se unidos entre si por laços de sangue ou parentesco e
não pelo território ocupado.
O tipo de governo era a chefia militar, na qual o líder
era eleito em assembleia popular, escolhido entre aqueles que se distinguiam
pela coragem, valor, capacidade de liderança e vitórias obtidas em tempo de
guerra. Os autores gregos referiam-se a estes chefes militares como hegúmenos,
isto é, líder, chefe, e os romanos duque. No entanto, o nome
de regnator (rei), e príncipe, também foram referidos. O hospitium,
em que adotavam-se estranhos na comunidade, é também considerado um costume dos
lusitanos.
Os lusitanos
eram um povo autônomo, com leis próprias.
Os lusitanos tinham o hábito de frequentar salas
onde iam untar o corpo com óleos duas vezes ao dia, tomavam banhos de vapor que
emanavam de pedras aquecidas. Lançavam água sobre pedras ao rubro e tomavam em
seguida um banho frio. Os balneários eram decorados com gravuras em baixo
relevo, como indicam os monólitos Pedra Formosa, encontrados em sítios arqueológicos
castrejos. As
refeições em que os Lusitanos se juntavam, apenas uma vez por dia, tinham lugar
numa sala onde sentavam-se em bancos móveis, encostados à volta das paredes da
sala. A disposição dos bancos obedecia a uma hierarquia que colocava na frente
os de mais idade e seguia uma ordem consoante a posição social. Os
lusitanos praticavam sacrifícios humanos e, quando o sacerdote feria o
prisioneiro no ventre, faziam-se vaticínios (predição,
prognóstico, profecia. É uma prática de adivinhação ou predição através
da entranhas dos animais, ou direção da fumaça) segundo a maneira como a vítima caía. Sacrificavam
a Ares,
deus da guerra, não só prisioneiros, como igualmente cavalos e bodes. Os
sacerdotes, a quem segundo alguns autores, fariam parte de um grupo de pessoas
reconhecidas pelo seu prestígio, sabedoria e experiência,
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