sexta-feira, 4 de março de 2016

A fonte de Tambiá e Aipré

Conta a lenda que o valente guerreiro Tambiá, do povo cariri, desceu a Serra da Copaoba (Borborema) disposto a guerrear os Tabajaras, no litoral paraibano, mas, ferido num combate violento, foi levado prisioneiro para uma aldeia de inimigos. O chefe Tabajara ordenou-lhe a morte, mas, apaixonada pelo belo indígena forasteiro, a filha do Cacique pediu-lhe repetidamente que a deixasse cuidar das feridas de Tambiá. Apesar da permissão e do desvelo da jovem índia, o guerreiro cariri morreu e a virgem chorou nove luas, desconsoladamente, formando-se de suas lágrimas a fonte que recebeu o nome de Tambiá, designação que passou depois ao próprio bairro.
A fonte natural foi urbanizada no século XVIII. Localiza-se no Parque Arruda Câmara, popularmente conhecida como “Bica”, Horto Zoobotânico dos mais pitorescos. No tempo em que a água da cidade ainda era transportada em ancoretas e burros, havia outras fontes famosas, como a Bica de Gravatá (1785), a Fonte do Riacho (1830) e a Bica dos Milagres (1848). A de Tambiá é uma das duas remanescentes (A outra é a fonte de Santo Antonio). Foi construída em 1782, por ordem da Provedoria da Fazenda Real, canalizando água para o povo. Sua reconstrução ocorreu na administração Gama Rosa, em 1889, e, no Governo Solon de Lucena, voltou a ser restaurada, mantendo-se a feição original e suas características naturais.Por meio dessa lenda batizou-se  o local como  " Fonte do Tambiá" e posteriormente o próprio nome do bairro em que o parque está instalado. Outro motivo pelo qual o nome Tambiá tenha origem deve-se ao grande número de centopeias chamadas tambiás.
A construção da fonte em pedra foi iniciada por ordem da Fazenda Real e custeada por donativos dados pela própria população. Entre os anos de 1889 à 1922 a fonte sofreu diversas mudanças vindo a incorporar ainda e 1922 ao parque que receberia o nome do botânico paraibano Arruda Câmara.
Em seu centro havia as armas imperiais em escudo de pedra. Além desta fonte, outras duas faziam a manutenção de água nas regiões do complexo franciscano ( A fonte de Santo Antonio) e na região por trás do Complexo Beneditino ( A bica dos milagres – em ruínas nos dias atuais).

A fonte do Tambiá é tombada pelo IPHAN,  inscrita no Livro Histórico nº176 de 26 de setembro de 1941.


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